domingo, 27 de março de 2011

Para meu desespero,

estou cada vez mais ciente de que, no fundo, eu odeio todos vocês e gostaria de estar longe no espaço e no tempo.

terça-feira, 1 de março de 2011

O real e a realidade

De um ponto de vista científico, a realidade captada por nossos olhos não é das mais exatas: nossa visão ignora o espaço vazio entre os componentes microscópicos dos átomos e vemos as coisas como se fossem sólidas, enquanto na verdade o Universo não é contínuo – ou seja, a matéria não está verdadeiramente unida, suas partículas não estão concretamente justapostas.
Cientes disso, libertados da ignorância advinda da ilusão por nossas próprias mentes criada para que pudéssemos observar o mundo da melhor maneira possível, podemos chegar à ideia de que talvez haja uma visão, uma interpretação mais apurada que a de nossa ciência. E assim como nossa percepção ocular, mental, cotidiana, banal é inexata do ponto de vista dessa nossa ciência, a uma ciência mais avançada – ou a uma capacidade visual mais privilegiada – nossa visão científica pode também ser imprecisa.
Podemos seguir este raciocínio ad infinitum: talvez haja algum outro conhecimento mais preciso. Talvez outro mais, ainda além.
Enfim, podemos chegar à compreensão de que o real, que existe fora de quaisquer interpretações e percepções, talvez nunca possa ser visualizado – por ser, provavelmente, intangível.
Possibilidade paradoxal que jamais se poderá descartar é a de não existir esse real. Apenas realidades.

“Existe uma teoria que diz que, se um dia alguém descobrir exatamente para que serve o Universo e por que ele está aqui, ele desaparecerá instantaneamente e será substituído por algo ainda mais estranho e inexplicável.
“Existe uma segunda teoria que diz que isso já aconteceu.”
(Douglas Adams)