segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Lovecraft

     O que mais atemoriza nas narrativas de Lovecraft não é o terror explícito. Claro que, com este, ele faz um excelente trabalho - de acelerar os batimentos cardíacos do mais valente dos homens -; mas, por detrás das sombras e da vilania dos seres repugnantes que descreve, há um terror muito mais profundo, sobre o qual ele nada diz, mas deixa suficientemente aparente para que os mais atentos o encontrem. De modo que não é somente o monstro do interior da pirâmide que me assombra, mas a ausência de um desfecho do ritual hediondo que o invocou. É o que não se narrou que infunde o verdadeiro terror misterioso de suas histórias. É a certeza de que algo ainda mais diabólico ronda os acontecimentos descritos e aguarda calmamente pela sua vez. E, além, algo ainda mais terrível.

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